Roupas de brechó: um novo conceito de moda e sustentabilidade
Por Redação 085 - Conexão085

Com os grandes avanços, muita coisa mudou — inclusive o conceito de moda no Brasil. Atualmente, já é considerado ultrapassado e equivocado o pensamento de que compor looks com roupas e peças de brechó é o mesmo que usar roupa velha ou suja de outra pessoa. Esse pensamento vem sendo desmistificado com o passar dos anos. A maior prova disso é o fato de ser possível encontrar grandes tendências da moda em brechós. Além disso, ao optar por essas peças, você passa a consumir moda de forma mais sustentável — sendo este o principal fator que tem contribuído para a crescente procura por brechós nos últimos tempos. Trazendo uma nova visão e conceito sobre os brechós, o Conexão 085 convidou Lara Holanda, que faz parte do brechó Susclo — uma abreviação do termo “sustainable clothing”, que traduzido para o português, significa “roupa sustentável”. O brechó se destaca por suas tendências na hora de compor diferentes looks.
Que tipo de roupa ou estilo costuma ter mais saída?
Cada brechó tem o seu público, mas já vendemos roupas para crianças de 14 anos e até senhoras. Embora o público seja pessoas de 20 a 50 anos, no entanto isso não impede de ir para as duas extremidades. Nosso público alvo é feminino mas possuímos algumas peças consideradas unissex. As roupas com mais saídas, são com certeza roupas mais leves por conta do nosso clima e o estilo ele possui uma variação entre pessoas que transmitem uma seriedade mas sempre com um toque de cor ou estampa.
Como você vê o papel dos brechós na moda sustentável?
Eu acho que o brechó ele entra com um papel fundamental de trazer a consciência naquela pessoa que está comprando, seja ela homem ou mulher. Você acaba refletindo e repensando algumas compras, quando você começa a consumir muito de brechó você vê a quantidade de variedade que você consegue encontrar em uma local, e você começa a repensar em comprar nessas multimarcas grandes que a gente sabe que tem exploração de trabalho infantil, de uma carga horária desumana. E aí você acaba freando um pouco a sua vontade de comprar lá, porque você consegue encontrar em um brechó não apenas na suscle mas em outros brechós. Quando você começa a consumir esse mundo acaba que você repensa, o papel dele é muito mais profundo que o papel consumista, entende?
Apesar do brechó ter estilos de roupas com uma grande variedade, Quais são seus principais clientes? Tem algum perfil mais comum?
Costumamos dizer que a suscle tem uma persona, mas ela é muito variada. Ela possui uma característica mais comum que é aquela pessoa que usa roupa mais fresca, pantalona, que gosta de um cropped, de um colorido algumas vezes mas ela também chega a persona suscle que usa uma calça cintura baixa que não está tão na moda hoje em dia mas chega aqui também, que usa um vestido mais colado ao invés de um vestido mais solto. Então a gente tem realmente uma variedade muito grande de clientes, mas o perfil mais comum é essa pessoa que gosta de uma roupa mais fluida mas que também se permite encontrar uma peça diferente e levar pra casa para poder brincar com as peças que já tem e colocar a cabeça pra pensar. Temos uma clientela muito grande aqui da rua dos Tabajaras, que onde estamos localizados. Então daqui tem tanto da pessoas que surfa e corre aqui na praia, quanto as pessoas aqui do lado que trabalham na prefeitura.
Você acha que o público está mais aberto à ideia de comprar em brechó?
Antigamente as pessoas não eram tão abertas a brechó, achavam que ia trazer a energia ruim de alguma pessoa ou que não usaria roupas que foram usadas por outras pessoas, como se não existissem máquinas de lavar no mundo né? O brechó a cada dia que passa abre mais a visão das pessoas. Eu já morei fora, e lá existe brechó em cada esquina, bem similares como é aqui na suscle, a gente tem uma grande equipe por trás que faz fotografia, a curadoria, que passa a roupa entende? Não é um brechó que você garimpa. A suscle tem esse perfil que talvez seja mais atrativo para algumas pessoas. Eu acho que a tendência é sim as pessoas ficarem mais abertas e comprarem em brechó. É uma experiência muito legal e realmente faz você ter uma consciência muito grande do consumo desenfreado que as pessoas tem no mundo.
24 de maio de 2025 às 16:27