Zezé Motta se apresenta neste domingo (5) no Cineteatro São Luiz
Por Redação - Conexão085
Para abrir os shows nacionais de março, mês em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e os 65 anos do Cineteatro São Luiz, a atriz e cantora carioca Zezé Motta sobe ao palco do equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará com o show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano”, neste domingo (5), às 18h. Os ingressos já estão à venda no site Sympla do São Luiz nos valores de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Não existe falar da Música Popular Brasileira sem nos depararmos com um dos maiores gênios da história: CAETANO VELOSO. Com uma discografia que reúne mais de 60 discos e centenas de composições que embalaram gerações e mais gerações, sendo considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, o artista retorna em 2020 ao repertório de uma das maiores atrizes do Brasil no show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano”, originalmente estreado em setembro do ano de 1990 por ZEZÉ MOTTA no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, com direção de Carlos Prieto.
Com uma carreira de mais de 50 anos na televisão, no cinema e na música, Zezé Motta já gravou discos e estreou shows homenageando seus compositores favoritos. Sua história com o músico baiano, dono de uma obra farta e repleta de boas composições, aconteceu em 1978 quando a artista lançou o LP “Zezé Motta” (Warner), onde compositores do porte de Rita Lee, Luiz Melodia e Moraes Moreira entregavam canções inéditas para ela levar aos estúdios. Foi ali estreia da cantriz no mercado fonográfico e lá estava Caetano, entregou “Pecado Original” para Zezé gravar. No ano seguinte (1979) lá estava Zezé Motta interpretando Pecado Original no Programa Mulher 80, na TV Globo, que reuniu grandes estrelas da música brasileira. A gravação da obra por Zezé nunca mais foi a mesma depois de sua interpretação.
Musa inspiradora
Anos mais tarde Zezé grava “Miragem de Carnaval” a convite do próprio Caetano para o filme Tieta, de Cacá Diegues, onde também atuou como atriz. Em 2015 uma grande surpresa! Caetano diz a Nelson Motta que foi Zezé Motta que o inspirou no clássico “Tigresa”, de 1977. Até então se dizia que Sônia Braga tinha sido a fonte inspiradora dos versos “Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel/ Uma mulher, uma beleza que me aconteceu/ Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu.
O show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano” é um alento àqueles que consomem MPB, as obras de Caetano, e o poderoso timbre contralto de uma artista que é ícone negro da cultura brasileira. Zezé Motta faz uma releitura de seu próprio show lançado nos anos 90 mas com uma roupagem voz e piano, criando um cenário intimista e ao mesmo tempo caloroso.“Luz do Sol”, “O Ciúme”, “Odara”, “Esse Cara”, “Sampa” e “Tigresa” fazem parte do repertório.
Há quem se lembre de Zezé Motta apenas como atriz – difícil mesmo dissociar sua figura da bela e sedutora Xica da Silva -, mas essa é apenas uma das facetas da artista de 76 anos, tendo mais de 50 deles dedicados à cultura no Brasil. Filha de um músico de mão cheia, logo cedo se interessou por teatro. Fez um curso no Tablado e encenou sua primeira peça profissional aos 21 anos. A estreia de Maria José Mota não poderia ser mais marcante: Em janeiro de 1968, ela integrou o coro do musical “Roda Viva”, escrito por Chico Buarque e dirigido por José Celso Martinez Correia. Um dos mais emblemáticos espetáculos dos anos 60, que foi atacado pelo Comando de Caça aos Comunistas e teve seus atores ameaçados e agredidos.
Com o Teatro de Arena, nos anos 60, encenou o clássico “Arena Conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, com tournée pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Fez também outras peças, incluindo Godspell, em 1974. As histórias de Zezé Motta – nome artístico que foi dado por sua comadre Marília Pera -, impressionam, ora pela carga de normalidade ora pelo quê de inusitado. Pois Zezé é assim: uma diva espontânea, complexamente simples, iluminada pela própria natureza e não por artifícios exteriores.
Zezé Motta é a rainha negra do Brasil. A mulher da pele preta que enfrentou a ditadura desse país livre e nua. É uma atriz de dar orgulho. Mas tem uma coisa que Zezé Motta faz ainda melhor: cantar. De 1975 a 79, lançou três LPs:“Gerson Conrad e Zezé Motta”; “Zezé Motta” e “Negritude”. Nos anos 80, lançou mais três trabalhos como cantora: “Dengo”, “Frágil força” e, com Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, “Quarteto negro”. E não parou por aí. Apresentou-se, representando o Brasil, a convite do Itamaraty, em Hannover (Alemanha), no Carnegie Hall de Nova York (EUA), França, Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal.
Atuando com assiduidade na televisão, no cinema e nos shows, e saudada como a mais importante atriz-cantora do país, Zezé Motta durante seus mais de 50 anos de carreira, rompe barreiras e coloca no centro da cena artística nacional as múltiplas dimensões do protagonismo feminino e negro em tela. O seu imenso talento e carreira inspiram atuais e futuras gerações de mulheres que lutam por expressão, espaço e oportunidade.
SERVIÇO:
[SHOW] Zezé canta Caetano em “Coração Vagabundo”
Data: 05 de março de 2023 (domingo) | Horário: 18h | Classificação:
Local: Cineteatro São Luiz (R. Major Facundo, 500, Centro)
Funcionamento da bilheteria: terça a sexta no horário de 9h30 às 18h e aos sábados no horário de 9h30 às 17h.
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) | Ingressos nas bilheterias físicas do Cineteatro São Luiz ou no site Sympla.
Venda online: https://bileto.sympla.com.br/event/80573b
3 de março de 2023 às 16:56