Foto: Ares Soares

Totonho Laprovitera é um artista plástico e arquiteto urbanista cearense. Neste artigo, Laprovitera fala sobre o turismo cultural, perpassando por questões sociais, assim como questões voltadas para a tecnologia e como esses assuntos impactam as cidades que recebem turistas. Leia o artigo exclusivo do artista para os leitores do Conexão 085 abaixo: 

Turismo Cultural por Totonho Laprovitera 

“Cultura é o que fica depois de se esquecer tudo o que foi aprendido.” (André Maurois)

O Turismo é definido como as atividades realizadas por pessoas ao viajar para lugares diferentes, por menos de um ano, seja para lazer, negócios ou outros motivos. A cultura tem papel fundamental no desenvolvimento sustentável, pois transforma ideias, comportamentos e valores de forma criativa e afirmativa, além de ser um elemento estratégico para integrar setores econômicos.

Pois bem. Durante o Renascimento, lá pelas bandas dos séculos XIV a XVI, artistas e pensadores renovaram valores e ideias, amiúde com apoio de mecenas, influenciando a cultura até hoje. Países como Itália, França e Espanha investiram em sua riqueza cultural e atualmente colhem resultados, com o Turismo Cultural sendo um pilar econômico.

Em Fortaleza, a diversidade cultural é forte aliada do turismo, ao promover tradições e costumes locais. A vinculação entre turismo e cultura exige políticas públicas inclusivas, investimentos em sítios culturais e preservação do patrimônio material e imaterial, focado na sustentabilidade e na responsabilidade social.

Fazer turismo no Ceará é conhecer suas praias deslumbrantes e paisagens de tirar o fôlego. Mas o que realmente conquista quem visita é o calor humano do nosso povo bem-humorado. Com sorriso escancarado e aquele jeitinho acolhedor, cada conversa e gesto espelham a alma da nossa cultura.

Agora, uma ideia para Fortaleza seria criar programas que levassem nossa gente a conhecer a própria cidade, visitando lugares que são perto, mas ao mesmo tempo longe. Tem menino na periferia que nunca viu o mar – acredita? – e gente de bairro nobre que chama galinha de “Knorr”. Seria, uma chance de nos reconhecermos e sentirmos que, apesar das diferenças, somos todos donos do mesmo lugar. Pois, no fim das contas, as cidades são as pessoas, que dão vida a elas!

Pois é, nossa “loira desposada do sol” é invocada! Com seus encantos poéticos tão versados, ela tem tudo para se firmar como um dos destinos turísticos cada vez mais procurados do Brasil. Em cada esquina guarda em silencio um pedacinho da nossa deslembrada história – ah, acudamos a nossa memória!

Para concluir, programas como o “Percent for Art”, em Nova Iorque, destinam 1% do orçamento de obras públicas para a arte – taí, um bom exemplo! Esses investimentos reconhecem a cultura como um alicerce essencial para o progresso e a formação das civilizações, como bem lembrou Simone de Beauvoir: “É preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo”.

Assim eu penso.

Por Totonho Laprovitera

29 de março de 2025 às 13:00