Setor industrial cearense da “química fina” é destaque na economia local e no Nordeste
Por Redação 085 - Conexão085
O Ceará se destaca, na economia local e no Nordeste, no setor industrial da “química fina”. As maiores participações estão nos segmentos de aditivo de uso industrial; adesivos e selantes; produtos de limpeza; cosméticos, perfumaria e higiene pessoal; tintas, vernizes, esmalte e lacas.
É o que aponta o novo Estudo dos Setores Produtivos: Uma Análise da Indústria Química Cearense no ano de 2019, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Para o autor do trabalho, assessor Técnico Eugênio Pacelli, a pesquisa sinaliza a oportunidade de investimento em química fina no Estado, considerando uma representatividade significativa neste setor do empresariado cearense na região nordeste.
A constatação é medida com base nas unidades de operação e no total de pessoas ocupadas. Ainda segundo o assessor, na indústria química fina estadual a inovação tecnológica se apresenta como fator crítico de competitividade, fazendo necessário a cooperação entre empresas, universidades e parques tecnológicos.
Ele lembra que, em passado recente, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) identificaram potenciais produtos em segmentos da química fina a serem fabricados pela indústria local. Entre eles ácidos e óleos especiais, antioxidantes naturais, produzidos a partir de microalgas; aditivos derivados do líquido da casca da castanha (LCC).
Tamanho da Indústria da Química
O Brasil possui um total de 6.658 unidades em operação na indústria química, com um total de 296.342 pessoas ocupadas, gerando um valor de transformação industrial de R$ 100,4 bilhões. Do total de unidades, a região Sudeste concentra 55,56%, seguida pela região Sul (22,77%) e Nordeste (12,69%).
Com relação ao total de pessoas ocupadas, a região Sudeste eleva ainda mais sua participação, com 62,85%, seguido pelas regiões Sul (17,89%) e Nordeste (11,59%). Por fim, a região Sudeste também detém a maior participação no valor da transformação industrial de 64,65%, novamente seguido pelas participações das regiões Sul (15,63%) e Nordeste (13,46%).
No Nordeste, a Bahia tem a maior participação na indústria química dentre os estados, concentrando 33% das unidades, 36% do pessoal ocupado e 56% do valor de transformação industrial (VTI) nordestino. O segundo estado em destaque é Pernambuco, que responde por 21% das unidades em operação, 27% do pessoal ocupado e 23% do VTI da indústria química da região.
O Ceará ocupa a terceira colocação regional, com participação de 20% das unidades operacionais, 14% da força de trabalho, mas com apenas 7% do VTI. “A partir da análise conjunta dessas três variáveis sinaliza que as empresas químicas cearenses devem ser de pequeno e médio porte, mais intensivas em mão de obra e menos intensivas em capital que as empresas localizadas nos estados da Bahia e Pernambuco” – frisa o Assessor Técnica da Diec. O estudo completo já pode ser acessado na página do Ipece.
20 de outubro de 2022 às 14:04