Seletividade alimentar infantil: entendendo o comportamento e buscando soluções
Esse fenômeno é frequentemente observado na faixa etária de 2 a 6 anos
Por Redação 085 - Conexão085

A seletividade alimentar é um comportamento comum entre crianças, caracterizado pela recusa a experimentar novos alimentos ou pela preferência por um número limitado de itens alimentares. Esse fenômeno é frequentemente observado na faixa etária de 2 a 6 anos, período em que as crianças começam a desenvolver suas próprias preferências alimentares e a afirmar sua independência. Estudos recentes indicam que cerca de 31,9% das crianças nessa faixa etária apresentam sinais de dificuldade alimentar, incluindo a recusa frequente de novos alimentos, aceitação restrita de cardápios e rejeição por cor, textura ou cheiro. Em alguns casos, experiências negativas anteriores, como episódios de engasgo ou pressões para comer, podem intensificar esse comportamento.
Em entrevista exclusiva ao Conexão 085, a nutricionista materno infantil Marina Lima, reforça que a seletividade também está ligada ao desenvolvimento sensorial das crianças. “Algumas crianças são naturalmente mais sensíveis a texturas, sabores e cheiros. Além disso, a comida acaba virando uma forma de demonstrar controle, pois elas buscam afirmar sua independência”, explica. Marina atua com seletividade alimentar, obesidade, introdução alimentar e outras questões alimentares, com experiência na área hospitalar, sendo fundadora e sócia do Espaço Vesta. Ela alerta que, embora seja uma fase desafiadora para os pais, é temporária na maioria dos casos e pode ser conduzida de maneira positiva.
Estratégias para incluir novos alimentos
Para ajudar a criança a experimentar novos alimentos, Marina recomenda insistir sem pressão. Pequenas porções oferecidas de forma tranquila, sem barganhas ou castigos, aumentam a familiaridade com os alimentos e facilitam a aceitação gradual. Estratégias como incluir alimentos recusados junto aos que a criança já gosta e tornar as refeições divertidas, cortando frutas em formatos diferentes, usando pratos coloridos ou montando desenhos com a comida, podem aumentar o interesse e a participação dos pequenos. Envolver a criança na cozinha, permitindo que lave, misture ou monte o prato, e realizar refeições em família também são formas eficazes de estimular hábitos alimentares saudáveis.
Quais alimentos evitar
Além disso, a especialista alerta para a necessidade de evitar alimentos ultraprocessados e muito palatáveis, como biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes, que podem reduzir ainda mais a aceitação de comidas naturais e frescas. A prioridade deve ser oferecer alimentos variados, naturais e frescos, respeitando o tempo de cada criança.
A seletividade alimentar, portanto, não deve ser encarada apenas como um desafio, mas como uma fase natural do desenvolvimento infantil. Com paciência, criatividade e estratégias positivas, os pais podem ajudar seus filhos a ampliar o repertório alimentar e a criar hábitos saudáveis desde cedo.
Em caso de dificuldades persistentes, buscar orientação de um profissional especializado é essencial para receber acompanhamento personalizado e seguro.
12 de outubro de 2025 às 13:00