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O Parque Nacional de Jericoacoara, uma das principais atrações do Ceará, está prestes a receber um roteiro geoturístico. Durante os dias 26 de fevereiro e 5 de março, uma equipe de pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou um levantamento da geodiversidade da região e identificou pontos de interesse com potencial científico, educativo e turístico. Esses pontos serão integrados ao roteiro para narrar a história geológica do local. Também foram capturadas imagens para criar um tour virtual, o qual estará acessível na nova plataforma interativa do SGB: Geo 360º BR.

“Este trabalho irá enriquecer a experiência dos turistas no parque, trazendo informação acerca de curiosidades sobre as geociências, desenvolvimento econômico sustentável baseado no envolvimento comunitário, preservação ambiental, turismo científico e de natureza”, explica a chefe da Divisão de Gestão Territorial do SGB, Maria Adelaide Mansini Maia.

A ação faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre o SGB e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tendo como objetivo promover o geoturismo local, para impulsionar o desenvolvimento sustentável da região. A parceria é desenvolvida no âmbito do Programa de Fomento ao Geoturismo do SGB, que busca tornar a geologia acessível aos turistas e contribuir para a gestão dos parques nacionais e áreas turísticas.

Atrativos geoturísticos

Com 8.416 hectares, o Parque Nacional de Jericoacoara foi criado em 2002, em uma Área de Proteção Ambiental, entre os municípios de Jijoca de Jericoacoara e Cruz. A unidade preserva amostras dos ecossistemas costeiros, além de assegurar a preservação de recursos naturais.

Um dos pontos selecionados para compor o roteiro é a Pedra Furada – cartão postal do Parque de Jericoacoara. O famoso arco, além de ser uma bela formação, também conta a história geológica da região. “A Pedra Furada consiste em um arco marinho formado por ação das ondas, durante oscilações do nível do mar, no período quaternário (há 2,6 milhões de anos)”, explica o pesquisador em geociências do SGB Luis Carlos Basto Freitas.

O pesquisador ainda acrescenta que outro ponto importante são as raízes petrificadas em eolianitos: “Os eolianitos, conhecidos na costa cearense como “cascudos”, ainda não haviam sido identificados na área do parque e são dunas antigas que foram endurecidas por carbonato de cálcio durante o último avanço do nível do mar”.

As informações geocientíficas e imagens captadas serão tratadas para compor materiais como: guias virtuais, animações, placas indicativas e outros conteúdos a serem disponibilizados aos turistas, devendo ser finalizados até 2025. Além disso, os estudos irão embasar oficinas para visitantes e treinamentos específicos para guias e condutores turísticos.

A próxima etapa do ACT é a realização de uma avaliação geotécnica para identificar riscos geológicos nos atrativos selecionados. Essa é uma importante etapa para garantir a segurança das atividades e salvaguardar vidas.

27 de março de 2024 às 15:00