Ouvir áudio acelerado pode ser prejudicial para quem já possui atenção comprometida
Por Redação 085 - Conexão085

Prática comum nos dias de hoje, acelerar áudios nas redes sociais para ouvir mais rápido e otimizar as tarefas levanta alguns questionamentos. Apesar de parecer inofensivo, esse costume já é apontado como prejudicial para quem já possui atenção comprometida. O Conexão 085 traz com exclusividade para o nosso leitor as principais informações sobre o assunto.
A Universidade da Califórnia realizou uma pesquisa a respeito do assunto e mostrou que 89% dos estudantes afirmam mudar a velocidade de reprodução de aulas online. Segundo o médico neurologista Bruno Diógenes Iepsen, a prática de ouvir áudios acelerados é prejudicial para o aprendizado quando a atenção do indivíduo está comprometida por algum fator, seja pela idade, por uso de substâncias ou alguma condição. “Um dos pontos iniciais do processo de aprendizagem é que a gente precisa estar atento naquilo que a gente está fazendo. Essa informação, ela precisa ser escutada ou vista com atenção, para que depois ela passe pelo processo de consolidação, que aí vai utilizar circuitarias mais localizadas nas regiões temporais, mais mesiais, como principalmente o hipocampo e o circuito de papéis“, pontua.
Ainda de acordo com o médico, não é que o raciocínio vai ser prejudicado pelo fato de ouvir essas informações ou vídeos de maneira acelerada. É que, na verdade, ouvir e ver em velocidade acelerada vai exigir mais da atenção. “Se a tua atenção está boa, tudo bem. Se a tua atenção está ruim por algum motivo, o teu aprendizado vai ser prejudicado nesse contexto”, afirma.
O ser humano fala em média 150 palavras por minuto. Quando isso é alterado, há uma alteração na “memória de trabalho”, nome dado para o sistema do cérebro que armazena temporariamente informações recebidas. “Quanto mais acelerado, mais informações, mais difícil vai ser. Então, nem todo mundo consegue”, finaliza.
7 de setembro de 2025 às 9:00