Na contramão do resto do país, desmatamento da Mata Atlântica diminui no Ceará
Por Redação 085 - Conexão085
Nesta sexta-feira (27), comemoramos o Dia Nacional da Mata Atlântica, importante bioma brasileiro. Em alusão à data, a Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), lançou novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, referente ao período de 2020 a 2021.
O relatório apontou uma notícia muito boa para o Ceará: o desmatamento do bioma aumentou em 15 dos 17 estados por onde a Mata Atlântica se estende, exceto no nosso estado e em Santa Catarina. No Ceará, 67 municípios apresentam trechos de Mata Atlântica e de ecossistemas associados, assim como 21 das 34 Unidades de Conservação estaduais.
O titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, destaca a importância do bioma, onde vivem 72% dos brasileiros, onde estão as grandes capitais e centros urbanos do país, só restando, atualmente, 12% de toda a mata que existia na época em que os portugueses chegaram ao Brasil.
“Eu fico muito feliz de ver o trabalho de muita gente, não só do estado, evidentemente, mas de ONGs, universidades e municípios, todos lutando para preservar a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados e que devemos preservar, sobretudo agora que estamos vivendo a Década da Restauração de Ecossistema (2021-2030), da ONU”, explica o secretário.
Menor que 50 ha
Entre 2020 e 2021 foram desmatados 21.642 hectares (ha), um crescimento de 66% em relação ao registrado entre 2019 e 2020 (13.053 ha) e 90% maior que entre 2017 e 2018, quando se atingiu o menor valor de desflorestamento da série histórica (11.399 ha).
Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram desflorestamento menor que 50 ha. No entanto, não se pode afirmar categoricamente que estão em situação de desmatamento zero, por serem regiões constantemente cobertas por nuvens.
No período 2020-2021, da área total de 130.973.638 hectares (ha) da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica, 86,8% foram avaliados; 11,2% foram parcialmente avaliados, por conta de imagens parcialmente cobertas por nuvens e 2,1% não foram possíveis avaliar pela indisponibilidade de imagens por cobertura de nuvens.
De acordo com a SOS Mata Atlântica, “a perda de florestas naturais, área em que caberiam mais de 20 mil campos de futebol, corresponde a 59 hectares por dia ou 2,5 hectares por hora, além de representar a emissão de 10,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera”. A pressão da expansão urbana e da especulação imobiliária, principalmente em torno de grandes cidades e no litoral, podem ser apontadas como umas das causas.
27 de maio de 2022 às 12:58