Museu da Fotografia Fortaleza abre exposição “Territórios”, de Walter Carvalho
Por Redação - Conexão085
O Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) inaugurou neste sábado, 25 de novembro, “Territórios”, exposição inédita do fotógrafo e cineasta Walter Carvalho, com curadoria de Eder Chiodetto. Durante a abertura foram realizadas mediação da visita, palestra e lançamento do livro homônimo, patrocinado pelo MFF.
A exposição “Territórios” ocupará o segundo andar do MFF com 51 fotografias, dispostas em núcleos, cuidadosamente pensados pelo curador Eder Chiodetto para recontar as mais de cinco décadas de Walter Carvalho como fotógrafo andarilho. O primeiro reúne registros de alegorias de carnaval, estátuas e esculturas fragmentando corpos, como um desejo de restituir um corpo íntegro, improvável e fantástico.
Em outra parede, a percepção do fluxo da vida como representação cinematográfica. Outdoors, publicidades exacerbadas, a parede de um estacionamento, uma porta que se abre para o infinito, um caminhão que surge entre o fotógrafo e seu destino, tudo que descortina imagens contidas em outras imagens. Estar entre a imagem estática e o movimento é justamente o território de trânsito e transe de Walter Carvalho.
No terceiro núcleo, a teatralização da vida, a imagem da imagem, que marca a obra de Walter Carvalho para desvelar enigmas, reativar memórias e expandir realidades.
A mostra traz registros inéditos associados à premiada produção cinematográfica desse paraibano irrequieto, que teve seu olhar forjado, desde a adolescência, pela errância dos fotógrafos de rua. Nas mãos de Walter Carvalho, a câmera é uma força motriz, capaz de descortinar a beleza do ordinário.
Para o diretor do Museu da Fotografia Fortaleza, Sílvio Frota, a exposição aproxima o espaço de outras linguagens artísticas.
Sobre Walter Carvalho
Walter Carvalho nasceu em João Pessoa (PB), em 1947, e tornou-se fotógrafo e cineasta premiado. Assinou algumas das mais belas imagens do cinema contemporâneo e destaca-se por trabalhar intensamente o jogo de luz e sombra, sem recorrer a muitos equipamentos para controle e desenho da iluminação.
Sua apurada fotografia cinematográfica tem a marca inconfundível do cinema brasileiro, fazendo de Walter, que também revolucionou a estética fotográfica das telenovelas do Brasil, um dos principais fotógrafos do cinema brasileiro contemporâneo, com amplo reconhecimento mundial.
Sobre Eder Chiodetto
Nascido em São Paulo, Eder Chiodetto é jornalista, editor e curador especializado em fotografia. Graduou-se em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo e é mestre em comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
Tem experiência na área de Fotografia, com ênfase em artes, atuando principalmente nos seguintes temas: curadoria, ensino, exposição, crítica, livro, fotojornalismo e reportagem. Atuou por treze anos na Folha de S.Paulo como repórter fotográfico, editor e crítico de fotografia.
Como curador independente realizou, desde 2004, mais de 120 exposições no Brasil e no exterior em instituições como Maison Européenne de la Photographie, Paris; Galeria Shisheido, Tokyo; Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Caixa Cultural (SP, BSB, RJ), Paço Imperial (RJ), Palácio das Artes (BH), entre várias outras.
Atuou como curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM-SP, entre 2006 e 2022. É fundador e publisher da Fotô Editorial e diretor do centro de estudos de fotografia, Ateliê Fotô, baseado em São Paulo. Foi mentor do programa Arte na Fotografia, do canal televisivo Arte1.
É autor dos livros “O Lugar do Escritor” (Cosac Naify, 2002), “Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira”(Edições Sesc, 2011), “Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição” (Ateliê Fotô / Funarte, 2013) e “Ser Diretor: Uma viagem por 30 escolas públicas brasileiras” (Fotô Editorial, 2017), entre outros. Nos últimos anos editou livros de diversos fotógrafos brasileiros como Thomaz Farkas, German Lorca, Cristiano Mascaro, Araquém Alcântara, Luiz Braga, Rosângela Rennó e Eustáquio Neves, entre outros.
OUTRAS MOSTRAS: “A Máquina do Tempo”, exposição de longa duração do MFF, tem curadoria de Denise Mattar e conta com cerca de 300 obras, entre fotos antigas e contemporâneas da Coleção Paula e Silvio Frota, vídeos, gravações, câmeras fotográficas, objetos, e algumas propostas de interação com o público. A fotografia como mudança da visualidade humana e transformação da arte são os eixos que conduzem a mostra, que ocupa dois andares do museu.
Sobreo Museu da Fotografia de Fortaleza
Inaugurado dia 10 de março de 2017, o MFF mantém dois andares de acervo fixo e um outro que recebe exposições temporárias. Compreendendo sua função social para além do espaço expositivo, mantém os projetos Museu nos Bairros e Museu no Interior, que já visitaram diversas comunidades, levando teoria e prática acerca do mundo da fotografia.
O equipamento realiza ainda uma série de ações para divulgar novos talentos e promover a fotografia, a partir de cursos e visitas guiadas para a terceira idade, e de oficinas e workshops voltados a artistas, estudantes e educadores – resultado de sua proximidade com as Secretarias de Cultura (Secult), de Turismo (Setur) e de Educação do Estado (Seduc), e das Secretarias Municipais da Educação (SME), de Turismo (Setfor) e de Cultura de Fortaleza (Secultfor).
O MFF tem também uma equipe de educativo formada pelos alunos dos cursos de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor), Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Artes Visuais do Instituto Federal do Ceará (IFCE), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Estácio e Escolas Técnicas do Governo do Estado.
26 de novembro de 2023 às 11:00