Funceme alerta que chuvas ainda podem acontecer no Ceará em junho e julho

Por Redação 085 - Conexão085

Em 2022, o estado teve a 8ª melhor Quadra Chuvosa dos últimos 20 anos. Foto: Daniel Monteiro/Funceme.

Chegou ao fim a Quadra Chuvosa no Ceará, período entre fevereiro e maio que costuma concentrar 75% das precipitações do Estado. Em 2022, fechamos a quadra dentro da normalidade, registrando 621,3 milímetros de chuva. A média histórica para o período é de 600,7 mm.

Os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam para o 8º melhor resultado de Quadras Chuvosas nos últimos 20 anos. No recorte da década, foi o 3º maior período chuvoso.

Porém, mesmo que reduzidos, mais acumulados são esperados até julho, quando acontece a Pós-Estação. Já nos dois primeiros dias de junho, a Funceme registrou, de forma consecutiva, precipitações em mais de 100 municípios.

“Então, não é porque terminou a estação chuvosa, que também encerraram as precipitações aqui no estado. Julho e julho continuam a ocorrer precipitações. Claro que não associados a zona de convergência intertropical, mas há outros tipos de eventos. Por exemplo, formação de áreas de instabilidade, principalmente sobre o oceano”, explica a gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.

Esse período do ano também é o início da estação chuvosa dos dos estados do setor leste da região Nordeste, o que ocasionam as chuvas naquele naquele setor são as Ondas de Leste. “Essas precipitações intensas que têm sido observadas em Pernambuco, também no estado de Alagoas, têm sido ocasionados por essas ondas”, comenta.

No caso do Ceará, assim como têm sido observado neste início de mês, as precipitações também têm influência das Ondas, ainda que de forma mais amena.

Reservatórios

Chegado o fim da quadra chuvosa no Ceará, os reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) contabilizam volume de total de 7,10 bilhões de metros cúbicos, valor que representa 38% da capacidade total de armazenamento de açudes estratégicos do Estado.

A situação hídrica é mais confortável hoje se comparada a anos anteriores. Desde 2013 o volume total dos açudes cearenses não atingia tal marca, registrando baixos aportes sucessivos nos anos subsequentes. O Açude Orós, um dos maiores do Estado, chegou a quase 50% de aporte, o maior número desde o ano de 2014.

A quadra chuvosa termina com 39 açudes sangrando e 12 açudes com mais de 90% de aporte. A quadra chuvosa deste ano também possibilitou a recuperação parcial do Açude Castanhão. O reservatório hoje registra marca de 23% de volume, quando no início do ano marcava pouco mais de 8%.

5 de junho de 2022 às 15:34

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