Fortaleza tem o primeiro semestre menos violento no trânsito dos últimos 20 anos

Por Redação 085 - Conexão085

Para fortalecer a segurança viária, Fortaleza tem cerca de 50 vias com velocidade readequada de 60 km/h para 50 km/h. Foto: Marcos Moura.

O primeiro semestre de 2022 trouxe resultados históricos para o trânsito de Fortaleza, e que apontam para a eficácia de políticas públicas integradas de segurança viária implementadas pela Prefeitura Municipal.

De janeiro a junho deste ano, 68 mortes foram registradas nas vias da capital, uma redução de 23% em relação ao mesmo período de 2021. O quantitativo é também o melhor índice desde o início da série histórica, em 2001.

Os dados são da Plataforma Vida, da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Apesar do resultado positivo, o superintendente da AMC, Antônio Ferreira Silva, enfatiza que “não celebramos números porque nenhuma morte no trânsito é aceitável”.

“Precisamos que a população faça sua parte ao passo que seguiremos trabalhando em infraestruturas viárias mais seguras e reforçando as ações educativas e de fiscalização preventiva para melhorar o comportamento de todos no trânsito”, destaca o superintendente.

Os motociclistas representam mais da metade das mortes no período, com 55%, enquanto que os pedestres, com 37%, também estão entre os mais vulneráveis. Ciclistas representaram 4% das mortes, assim como ocupantes de veículos de quatro rodas.

Políticas públicas que salvam

A recorrente diminuição de mortes provocadas por sinistros de trânsito é resultado de medidas adotadas pela gestão municipal, divididas em três eixos principais: engenharia de tráfego, educação e fiscalização preventiva.

Para fortalecer a segurança viária, Fortaleza tem cerca de 50 vias com velocidade readequada de 60 km/h para 50 km/h. A medida reduz a gravidade dos sinistros e garante a segurança de todos os usuários que compartilham o trânsito. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a redução da velocidade em 10 km/h aumenta em dez vezes a possibilidade de uma pessoa atropelada sobreviver.

Os educadores de trânsito da AMC seguem diariamente nas ruas dialogando e distribuindo materiais educativos, alertando sobre os riscos de beber e dirigir, e o respeito à sinalização e limites de velocidade. Cursos que orientam quanto a uma conduta mais segura aos mais vulneráveis, como motociclistas e ciclistas, também seguem abertos.

Também para incentivar a adoção de um comportamento seguro no trânsito, a AMC realizou mais de 800 comandos de fiscalização preventiva. Essas operações, também segundo estudo da OMS, podem reduzir em até 18% o número de mortes no trânsito.

Em 2021, Fortaleza chegou ao sétimo ano seguido com redução de óbitos no trânsito. Foram 184 mortes registradas nas vias da cidade ou uma taxa de mortalidade de 6,8 para cada 100 mil habitantes. O número é 51% menor em relação ao ano de 2014, que contabilizou 377.

Plano de segurança viária

Para consolidar as políticas públicas que contribuem com a redução do número de mortes no trânsito, o prefeito José Sarto sancionou no final de junho a lei que cria o Plano Municipal de Segurança no Trânsito. O plano torna Fortaleza a primeira capital do país a criar uma lei municipal sobre o tema.

O objetivo é institucionalizar e aperfeiçoar as políticas de prevenção a acidentes, assegurando que os avanços obtidos sejam continuados e a taxa de óbitos no trânsito caia para a metade no prazo de dez anos.

O plano está alinhado com as abordagens de Sistemas Seguros e de Visão Zero e preconiza que nenhuma morte no trânsito é aceitável. Além disso, prevê que a responsabilidade pela segurança viária deve ser compartilhada entre poder público e sociedade, considerando que o ser humano é vulnerável e comete erros.

3 de agosto de 2022 às 8:51

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