Especialista aponta crescimento das cadeias de suprimentos no Ceará e no mundo
Por Redação - Conexão085
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A crise sanitária e econômica dos últimos dois anos provocou a corrida das organizações na busca de formas mais eficientes de gerir cadeias de suprimentos. Limitações foram expostas e empresas passaram a prestar mais atenção nos profissionais de logística no contexto corporativo.
De acordo com o Dr. Fernando Viana, professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade de Fortaleza (Unifor), o mercado de logística, que é uma atividade-chave na operação das cadeias de suprimentos, teve um forte crescimento nos últimos anos.
“Crescimento este que normalmente está atrelado ao crescimento da economia no estado, aos investimentos direcionados à melhoria da infraestrutura logística, como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, entre os quais o Porto de Pecém tem um papel muito importante; e, mais recentemente, ao grande crescimento do comércio eletrônico, que se intensificou muito com a pandemia da Covid-19”, afirma.
Segundo Viana, esse crescimento do comércio eletrônico tem atraído empresas que atuam no setor a implantar centros de distribuição no Ceará, como Amazon e Magazine Luiza, por exemplo, além de instalações que demandam profissionais especializados na área de logística e supply chain.
Supply Chain e gestão de risco
Supply chain, ou cadeia de suprimento, “é o conjunto de empresas/instituições que estão envolvidas em operações de compra e venda. Essa cadeia precisa ser gerenciada, daí o conceito de Supply Chain Management (gestão da cadeia de suprimento)”, complementa o professor Dr. Fernando Viana.
Segundo ele, nas últimas décadas, observou-se uma tendência cada vez maior de as empresas terceirizarem atividades e processos não relacionados ao seu negócio central. “Ou seja, a verticalização deixou de ser considerada como uma estratégia interessante, embora existam ainda vários casos de sucesso de empresas que adotam a verticalização como importante estratégia corporativa. Por exemplo, o grupo M. Dias Branco”, pontua.
A tendência de terceirização no contexto do mundo globalizado fez com que as cadeias de suprimento se expandissem em termos geográficos, as chamadas “cadeias de suprimento globais”, e consequentemente se tornassem mais complexas para serem gerenciadas.
“Isso fez com que a adoção dos pressupostos da gestão da cadeia de suprimento, como relacionamentos de longo prazo com menos fornecedores, intensa troca de informação e conhecimento entre os diferentes componentes da cadeia, maior interação entre os membros da cadeia para resolução de problemas e desenvolvimento de inovações, se tornasse algo essencial no mundo corporativo”, explica Viana.
Por outro lado, ainda segundo ele, as crises que acontecem em diferentes partes do mundo acabam tendo consequências para as empresas, mesmo quando elas não atuam nas localidades que estão em crise. Dessa forma, algum componente da cadeia sofre impacto mais direto dessas crises localizadas e toda a cadeia acaba sofrendo também.
“Daí a importância, também, de as empresas trabalharem com bons modelos de gestão de risco da cadeia de suprimento. Quanto mais efetiva for essa gestão da cadeia, e dos seus riscos, maior a chance de as empresas de uma cadeia sofrerem menos com as crises”, alerta.
27 de dezembro de 2021 às 12:17