Endividamento cai e abre espaço para as compras de fim de ano em Fortaleza
Por Redação 085 - Conexão085
Os fortalezenses estarão financeiramente mais aliviados para as compras do final do ano, segundo a Fecomércio. É o que mostra a última pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza do ano, referente ao bimestre de novembro/dezembro de 2022.
Segundo o estudo, 73,0% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice apresentou queda de 3,6 pontos percentuais quando comparado com o bimestre encerrado em outubro, de 76,6%, e veio abaixo do observado no mesmo período do ano passado (também de 76,6%).
Além do índice geral de endividamento, todos os demais indicadores da pesquisa vieram melhores do que no semestre passado, criando uma perspectiva favorável para o fim do ano, tanto para o comércio quanto para o consumidor.
A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve diminuição de 0,4 pontos percentuais, passando de 27,7%, no bimestre setembro/outubro, para 28,3% no atual período.
As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais as mulheres (29,0% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do estrato com idade acima dos 35 anos (30,8%) e da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários-mínimos (28,1%).
O tempo médio de atraso é de 71 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 53,3% dos entrevistados. O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 42,3% das respostas, seguido da perda de prazo por esquecimento (5,6%) e da contestação das obrigações (5,0%).
Comprometimento da renda
O consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 42,4% da renda familiar com o pagamento das dívidas – resultado 4,7 pontos percentuais inferior ao registrado no último semestre encerrado em outubro (47,1%), mas ainda superior à média histórica do indicador, de 35,0%.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 74,7% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,9%; empréstimos pessoais, com 10,2%; carnês e crediários, com 4,7%; e cheque especial, com 1,2%.
A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (citado por 57,2% dos entrevistados), o pagamento de aluguel residencial (26,7%) e a cobertura de despesas de saúde (23,0%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.700, com prazo médio de oito meses. Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve uma redução de 1,0 ponto percentual, atingindo o patamar de 11,5% no bimestre novembro/dezembro. O índice também mostra melhoria com relação ao mesmo período de 2021, quando foi mensurado em 13,3%.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 12,8%), do grupo com idade acima dos 35 anos (13,7%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários-mínimos (12,1%).
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 73,2% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento.
Dos entrevistados, 15,9% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 10,9% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:
• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 49,4% das respostas;
• Gastos imprevistos, com 24,6%;
• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 24,5%;
• Redução dos rendimentos, com 20,3%;
• Desemprego, com 18,7%;
• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 16,4%.
Com informações da Fecomércio-CE.
29 de novembro de 2022 às 12:24