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Na última quinta-feira, 13, o microempresário Orestes Monteiro, de 47 anos, abriu as portas de sua loja no Beco da Poeira, em frente ao Hospital Geral Dr. César Cals, para abrigar quatro bebês em incubadoras após o incêndio que atingiu a subestação elétrica da unidade hospitalar. Em entrevista exclusiva ao Conexão 085, ele contou detalhes sobre o momento.

Orestes Monteiro é microempresário e dono de da 14 Digital, uma loja de acessórios para celulares no tradicional centro comercial conhecido como Beco da Poeira. Na manhã do incêndio que consumiu a subestação elétrica do Hospital César Cals, ele se viu em meio a uma crise inesperada e não pensou duas vezes. “O cheiro forte de uma fumaça tóxica e a gritaria do lado de fora me fizeram sair para ver o que estava acontecendo. Até então, eu só ia baixar as portas para evitar mais a fumaça. Porém, quando vi o tumulto e aquelas incubadoras vindo, consegui entender a gravidade da situação”, conta.

A loja de Orestes se tornou um refúgio improvisado para acomodar quatro bebês prematuros em incubadoras. Ele explica que não foi uma decisão planejada, mas uma reação imediata à situação de risco: “Já vi vários lojistas permissionários se mobilizando e fui direcionando para minha loja, que tem um pouco mais de espaço e comportaria mais incubadoras”, diz.

Orestes confessa que pensou nos seus três filhos ao ver aquelas vidas frágeis diante dele. “Como pai, só pensei nos meus três filhos. Fiquei muito emocionado porque os bebês são prematuros, são muito pequenos. Foi uma mistura de emoção com ação”, revela.

A situação no Beco da Poeira permaneceu sob controle por cerca de uma hora, enquanto os bebês ficaram na loja até serem transferidos, um a um, conforme a necessidade. Desde então, a repercussão da ação do comerciante cresceu nacionalmente, com vídeos gravados pelas câmeras de segurança registrando o momento em que os neonatos são ligados à rede elétrica da loja por profissionais de saúde, juntos a voluntários.

A repercussão do ato de solidariedade ainda assusta o empreendedor. “Etou surpreso com o tamanho da repercussão, pois no momento, só pensei em ajudar e meu desespero maior era o medo de dar errado. Graças a Deus, estava em horário comercial, se fosse à noite ou num domingo, poderíamos ter visto uma grande tragédia. Como pai, não poderia ter feito nada diferente. Deus cuidou de tudo”, pontua.

Orestes deixa claro que não pensou em propaganda ou marketing, apenas nas pequenas vidas que precisavam de socorro. A atitude dele e de outros permissionários do Beco da Poeira foi crucial para o apoio imediato às vítimas do incêndio no hospital, contribuindo para manter os leitos de UTI neonatal funcionando fora do prédio hospitalar até a chegada de ambulâncias. Para Orestes, o episódio reforça a crença na humanidade. “Diante de tantas notícias ruins que vemos diariamente, eu continuo acreditando na humanidade e que o bem sempre será o melhor caminho”, conclui.

18 de novembro de 2025 às 13:00