Cegueira infantil: médica cearense lança livro e reforça importância do diagnóstico precoce

Islane Verçosa lança livro sobre o assunto nesta terça-feira, 25, às 18h

Por Redação 085 - Conexão085

Foto: Divulgação

A cegueira infantil continua entre as principais preocupações da saúde pública no Ceará, especialmente em um cenário que exige diagnóstico imediato, profissionais capacitados e acesso a procedimentos especializados.

A médica oftalmologista Islane Verçosa, referência nacional no tema e idealizadora do projeto social Caviver, explica que as principais causas de cegueira infantil são erro refracional não corrigido, catarata, retinopatia da prematuridade, doenças infecciosas como a toxoplasmosis congênita e também o glaucoma congênito. “Qualquer deficiência visual em uma criança tem que ser tratada o mais rápido possível. Tudo é urgência. Não dá pra esperar”, pontua.

A especialista também aponta que os desafios são numerosos. “Falta de anestesista preparado, falta de pessoas habilitadas para fazer esse diagnóstico e fazer o tratamento e barreiras de acessibilidade”, aponta, destacando que a carência de profissionais especializados é global.

De acordo com a médica, a catarata congênita deve ser tratada antes dos primeiros meses de vida; a retinopatia da prematuridade requer intervenção até a 40ª semana; e o glaucoma congênito exige condução quase imediata. Mesmo situações menos críticas, como correção de grau, não devem ser negligenciadas.

Outro ponto essencial é a realização do teste do olhinho, que precisa ser realizado de rotina. Ela explica que maternidades carecem de treinamentos regulares. “Ainda não está sistematizado de forma bem efetiva, porque o Ceará é grande, porque as maternidades precisam ter treinamento contínuo e isso não acontece. Mesmo com o CVV sendo construído, nda tem muita coisa para ser feita”, diz.

O livro e a trajetória registrada

Toda essa vivência é reunida no livro Assim Tudo Começou, que ela lança nesta terça-feira, 25, às 18h30. “Foi uma necessidade de mostrar como é que um caminho e uma trajetória na prevenção da cegueira infantil no Ceará ocorreu. Várias pessoas envolvidas, vários hospitais, várias boas vontades”, afirma. Islane aponta que a obra também cumpre um papel de alerta. “Veio dar um sinal de alerta, veio dar um sinal de corresponsabilidade”, afirma, ressaltando que o cuidado com a visão depende de mobilização humana, não apenas de processos. “Nós precisamos de gente, pessoas, pessoas envolvidas. Não é só papéis, não é só processos, são pessoas”, reforça.

A médica também destaca o papel do Centro de Valorização da Visão. “Eu acredito, eu sinto que ele é um braço de apoio muito importante, tanto para as ações da Prefeitura como para as ações do Estado”, diz.

A oftalmopediatra revisita ainda episódios marcantes de sua trajetória. “Quantas vezes eu chorei junto com as famílias que não tinham como operar? Quantas vezes a gente teve que suplicar por anestesista, por material? Foram muitos desafios”, lembra. Ela recorda, também, o período em que prematuros evoluíam para cegueira por falta de estrutura. “A maioria ficava cega mesmo, não tinha o que fazer. Hoje a gente evita pelo menos em 98% das crianças que elas fiquem cegas”, afirma.

Avanços e necessidades futuras

Apesar da evolução, a médica reforça que ainda há lacunas a preencher. “Está faltando pessoas envolvidas, mais pessoas envolvidas”, afirma. Ela defende a ampliação da formação de especialistas em oftalmologia pediátrica, área que exige alta complexidade no atendimento. “Não é só oftalmologia de conjuntivite, é oftalmologia de alta complexidade”, finaliza.

25 de novembro de 2025 às 17:00

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