Ceará recebe fóssil repatriado de mais de 110 milhões de anos
Por Redação 085 - Conexão085
Um fóssil de peixe com mais de 110 milhões de anos, avaliado em 3 mil euros, mais de R$ 16 mil, foi devolvido à Universidade Regional do Cariri (URCA) nesta quarta-feira (11), através do Ministério Público Federal (MPF). A peça foi encontrada na Itália, sendo comercializada ilegalmente em site europeu.
O resgate do material é resultado de um trabalho da justiça brasileira em parceria com a URCA. Após análise, a peça devolvida, originária da formação Santana e do Período Cretáceo, será destinada para exposição no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri.
De acordo com o procurador Federal, Celso Costa Leal, inicialmente o MPF recebeu a denúncia de que a peça estava sendo leiloada e houve um trabalho para tentar comprovar que o fóssil era da região, através dos técnicos e pesquisadores da URCA, e a partir da constatação foi realizada uma solicitação de cooperação jurídica internacional, através do governo da Itália.
“A partir dos nossos argumentos, eles fizeram a apreensão do fóssil. Ficou realmente comprovado que a peça era originada do Cariri e que saiu ilegalmente do Brasil”, disse. o Reitor em Exercício da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Carlos Kleber de Oliveira, comemora a atuação conjunta da universidade e Ministério Público.
“Esse é um fóssil raro, de qualidade, dada a sua integridade de detalhes preservados que estava à venda em site na Itália e com esse trabalho do MPF com a Itália, permitiu a repatriação desse rico patrimônio nosso. A Universidade tem esse reconhecimento de guardiã desse patrimônio e também a capacidade técnica e científica de fazer os estudos desse material”, afirma.
O exemplar fóssil estará disponível no museu em breve para apreciação dos pesquisadores e visitantes, mas antes disso, serão direcionados estudos do material, que ainda apresenta formações de escamas e possivelmente tecido mole, material característico de muitos seres e plantas fossilizadas encontradas na Bacia do Araripe.
O diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pinheiro, comemora a repatriação do material, mas ressalta que o ideal era que isso não precisasse acontecer e que as peças nunca tivessem saído. “Mas, cada chegada é um filho que retorna à casa, renovam-se as forças de continuar essa batalha pelo patrimônio e a paleontologia do Cariri”, completa.
12 de maio de 2022 às 16:34