Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

Por Redação - Conexão085

Foto: Reprodução/Exame

Depois de desenvolver a primeira molécula de hidrogênio verde do Brasil e da América Latina, no início do ano, o Ceará se prepara para se tornar um hub de energia verde. Além de projetos de pesquisa e desenvolvimento, foram implementadas uma série de iniciativas para promover a produção e a comercialização do chamado combustível do futuro. O hidrogênio verde, obtido da eletrólise da água realizada com fontes de energia limpa, é uma das maiores apostas do mundo para a descarbonização.

Em meio à demanda global por alternativas aos combustíveis fósseis, o Ceará, considerado um dos maiores produtores no Brasil de energia solar e eólica, vem investindo em diretrizes para se tornar um dos principais exportadores de hidrogênio verde para a Europa.

Em maio, o governador Elmano de Freitas assinou um acordo com o porto de Roterdã, um dos maiores do mundo, com o qual o Complexo Industrial e Portuário do Pecém possui uma parceria estratégia (sociedade), para desenvolver um corredor verde de exportação do chamado combustível do futuro.

Empresas como a AES Brasil, Casa dos Ventos, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP também participam da iniciativa de cooperação. Já foi dado o pontapé inicial para a produção de hidrogênio verde no Estado. Em outubro, o governo do Ceará concedeu uma licença prévia para a construção de uma planta de hidrogênio verde da multinacional australiana Fortescue. No mês seguinte, uma nova etapa foi cumprida, com a concessão do licenciamento ambiental. O projeto, que será desenvolvido no Complexo do Pecém, deverá produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia, gerando cerca de 2,5 mil empregos na fase de construção.

Foto: Reprodução/Exame

No campo da legislação, também houve avanços. Em setembro deste ano, o Ceará promulgou a lei estadual nº 18.459/2023, que define políticas públicas e diretrizes para o desenvolvimento da produção do hidrogênio verde. Um dos maiores objetivos da norma é a implementação de instrumentos de incentivo fiscal e de crédito. Também foi criado o conselho estadual de governança do hidrogênio verde para a discussão de estratégias, parâmetros e ações voltadas para o incentivo à cadeia produtiva do setor.

Outro passo importante foi a assinatura do projeto de lei que permite a renovação da cessão de uso das áreas do Complexo do Pecém e da Zona de Processamento de Exportação para projetos de transição energética e produção de hidrogênio verde por 40 anos, com possibilidade de renovação.

O Complexo do Pecém também se prepara para reformulações estruturais para a concretização da meta de exportar mais de 1 milhão de toneladas de hidrogênio verde até 2030. O complexo portuário já submeteu ao Ibama a ampliação da licença de operação do píer 2, que deve passar por adaptações para realizar a movimentação de amônia e hidrogênio verde.

A expectativa é que a produção de hidrogênio verde, fundamental na agenda mundial de sustentabilidade, comece em breve. Só no Ceará, já foram assinados mais de 30 memorandos de entendimento com empresas nacionais e internacionais, com a previsão de investimentos que devem somar US$ 8 bilhões em quatro pré-contratos. É a pavimentação do futuro verde.

Fonte: Exame

10 de dezembro de 2023 às 9:00

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