Canetas emagrecedoras: uso exige acompanhamento médico rigoroso
Mesmo durante o tratamento, é fundamental manter uma alimentação equilibrada.
Por Redação 085 - Conexão085
                                                            As chamadas canetas emagrecedoras têm se tornado uma febre nas redes sociais e nos consultórios. Os resultados rápidos e o uso simplificado, com aplicações semanais, atraem cada vez mais pessoas que buscam sair da obesidade ou do sobrepeso. Apesar de ser bastante prática, é preciso ter cautela e acompanhamento médico rigoroso.
Dr Fred Carioca, médico nutrólogo, alerta que o uso indevido dessas substâncias pode causar efeitos colaterais sérios, como enjoo, tontura, dor abdominal, constipação e até perda excessiva de massa magra. “O principal cuidado que a gente deve ter é comer pequenas porções, mas não pular elas. Não pode pular a refeição e a gente recomenda também que não faça perfis alimentares exclusivos, como por exemplo tirar carboidrato da alimentação… Seja café da manhã, almoço ou jantar, que tenha uma porção pequena do carboidrato, uma porção da proteína e algum legume se tolerar naquela fase inicial”, pontua.
Ele reforça que, mesmo durante o tratamento, é fundamental manter uma alimentação equilibrada. “O hábito é que as pessoas, por diminuírem a vontade de comer e não terem fome, passam a não comer. Elas precisam comer, mas com orientação, por isso não pode usar a medicação de forma aleatória”, diz.
Além disso, a automedicação, incentivada por influenciadores digitais e celebridades, não é recomendada. As canetas não são indicadas para todos os perfis e, em alguns casos, podem agravar doenças pré-existentes. “Devem ser usados com orientação médica, comprados com receita e comprados nas farmácias autorizadas, nas grandes redes”, afirma.
O nutrólogo alerta ainda para o risco do uso de substâncias manipuladas. “Hoje as pessoas usam semaglutida e tirzepatida manipuladas. Como é que a gente vai saber, caso o paciente tenha alguma manifestação diferente, se aquilo não tinha uma partícula de outra substância que possa contribuir para aquele desfecho, para aquela complicação?”, indaga.
Fred acrescenta que o papel do médico é orientar e humanizar o processo de emagrecimento. “O profissional tem que estar preparado para lidar com as pessoas, não tratar só o emagrecimento, ou a pele, ou o cabelo. A gente está cuidando de uma pessoa. O profissional tem que estar emocionalmente preparado para ouvir, para ajudar aquela pessoa a construir a história dele”, afirma.
Essas medicações representam um grande avanço da ciência, mas só trazem resultados seguros e duradouros quando usadas com responsabilidade e acompanhamento. “As pessoas são um todo, e a harmonia desse todo é que é importante. A gente tem que trazer isso, tem que estar preparado para isso. É um grande avanço da ciência, mas deve ser usado com responsabilidade, orientação e acompanhamento”, conclui.
19 de outubro de 2025 às 11:00

                                                                    
                                                                    
                                                                    









