Saiba quem são os cearenses que já passaram pela Academia Brasileira de Letras

Por Redação 085 - Conexão085

A maior entidade da literatura nacional passa por algumas atualizações importantes na retomada dos trabalhos depois da paralisação imposta pela pandemia. Nesta quinta-feira (02), o jornalista e escritor Merval Pereira foi eleito presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) para 2022. A ABL também promoveu, ao longo do mês de novembro, eleições para preencher quatro vagas.

Passaram a integrar o rol de imortais a atriz Fernanda Montenegro, o cantor e compositor Gilberto Gil, o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, e o romancista e advogado José Paulo Cavalcanti. Ainda no dia 16 de dezembro, dez nomes vão disputar a cadeira 2. Para ser candidato, duas condições são essenciais: ser brasileiro e ter escrito pelo menos um livro.

No total, sete cearenses já vestiram o fardão de ramos de café bordados com fios de ouro, entre eles dois fundadores e dois patronos. A ABL também elegeu, ao longo de seus 124 anos, três grandes nomes do nosso Ceará para ocupar algumas das 40 cadeiras da entidade. São eles:

Clóvis Beviláqua (1859 – 1944) – fundador
Jurista, magistrado, jornalista, professor, historiador e crítico, nasceu em Viçosa, em 4 de outubro de 1859. Fez campanha pela República e, após a proclamação, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo Ceará. Já era respeitado nacionalmente quando foi convocado para ser sócio fundador da ABL, ocupando a Cadeira 14. Essas mesmas condições o levaram a ser chamado, em 1899, para escrever o projeto do Código Civil Brasileiro, o qual redigiu, de próprio punho, em apenas seis meses. Após 16 anos de discussão, o Código entrou em vigor em 1º de janeiro de 1917.

Araripe Júnior (1848 – 1911) – fundador
O crítico literário Tristão de Alencar Araripe Júnior nasceu em Fortaleza, em 27 de junho de 1848. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a Cadeira 16, que tem como patrono Gregório de Matos. Foi juiz em Maranguape de 1872 a 1875. Em dois biênios, foi deputado provincial no Ceará. A partir de 1882, teve, ao lado de José do Patrocínio, destacada atuação em favor da campanha abolicionista. Dono de vasta cultura geral e literária, aplicou-se a estudar a literatura brasileira na obra de seus autores representativos.

Gustavo Barroso (1888 – 1959)
Terceiro ocupante da Cadeira 19, eleito em 8 de março de 1923. Professor, ensaísta e romancista, nasceu em Fortaleza, em 29 de dezembro de 1888. Estreou na literatura, aos 23 anos, usando o pseudônimo de João do Norte. Além dos livros publicados, sua obra ficou dispersa em jornais e revistas de Fortaleza e do Rio de Janeiro. Foi secretário do Interior e da Justiça do Ceará; deputado federal pelo Ceará; fundador e diretor do Museu Histórico Nacional. Na Academia Brasileira de Letras, exerceu os cargos de tesoureiro, de 2º e 1º secretário, secretário-geral, e presidente.

Heráclito Graça (1837 – 1914)
Segundo ocupante da Cadeira 30, eleito em 30 de julho de 1906. Advogado, magistrado, jurista, político, jornalista e filólogo, nasceu em Icó, em 18 de outubro de 1837. Fundou A Situação, jornal em que defendeu as ideias do Partido Conservador. Não só no jornalismo político como no literário, via-se nele um mestre da língua, pelo cuidado com que escrevia e a paixão que tinha pelos estudos da Língua Portuguesa. Foi designado para presidir o Ceará em fins de 1874. Na Câmara, atuou nos debates da reforma judiciária, do recrutamento eleitoral, e da Lei do Ventre Livre.

Rachel de Queiroz (1910-2003)
Foi a primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras. Quinta ocupante da Cadeira 5, foi eleita em 4 de agosto de 1977. Nasceu em Fortaleza, em 17 de novembro de 1910. Em 1917, se mudou para o Rio de Janeiro com os pais, que procuravam fugir dos horrores da terrível seca de 1915, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de O Quinze, seu livro de estreia e obra mais celebrada. Participou da 21ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em 1966, onde serviu como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem.

José de Alencar (1829 – 1877) – patrono
Advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Messejana, em 1º de maio de 1829. É o patrono da Cadeira 23, por escolha de Machado de Assis. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará, e também foi ministro da Justiça. Em 1857, publicou em folhetins a obra O Guarani, que lhe rendeu grande popularidade. Daí para frente, escreveu romances, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. Considerado o “patriarca da literatura brasileira”.

Franklin Távora (1842 – 1888) – patrono
Advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo, nasceu em Baturité, em 13 de janeiro de 1842. É o patrono da Cadeira 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua. Iniciou a vida literária ainda estudante. Intérprete literário de um regionalismo que se vinha exprimindo ideologicamente desde o início do século, defendeu o que chamava uma literatura do Norte, em oposição a uma literatura do Sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismo. Fundou a Associação dos Homens de Letras e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

4 de dezembro de 2021 às 9:00

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