Alimentação estratégica pode reduzir inflamações e melhorar sintomas da artrite reumatoide

Ômega-3, a vitamina D, antioxidantes e fibras prebióticas são essenciais

Por Redação 085 - Conexão085

Foto: Divulgação

A artrite reumatoide, doença inflamatória autoimune que provoca dor, rigidez e progressão para danos articulares, pode ter seus sintomas significativamente influenciados pelo que o paciente coloca no prato. É o que explica a nutricionista Tatiana Brito, especialista em Saúde da Mulher, Exercício Físico e Fitoterapia Clínica, em entrevista ao Conexão 085. Segundo ela, não se trata de buscar “dietas milagrosas”, mas de compreender que a alimentação atua diretamente na inflamação crônica que caracteriza a condição.

A especialista reforça que o foco principal não está em um nutriente isolado, mas no padrão alimentar. “A Dieta Mediterrânea é o modelo com maior comprovação científica para a redução da inflamação em doenças crônicas, incluindo a Artrite Reumatoide (AR)”, explica. Baseada em vegetais, frutas, leguminosas, cereais integrais e azeite de oliva extra virgem, essa alimentação inclui consumo frequente de peixes (fonte de ômega-3) e restringe carnes vermelhas, doces e ultraprocessados.

Ela afirma que esse tipo de alimentação rica em antioxidantes e gorduras boas ajuda a modular a resposta imunológica. “Seu alto teor de antioxidantes e gorduras mono e poli-insaturadas combate o estresse oxidativo e modula a resposta imunológica, o que se traduz em melhora da dor, da rigidez matinal e da funcionalidade articular”, destaca.

Entre os nutrientes mais relevantes para quem convive com AR, Tatiana cita o ômega-3, a vitamina D, os antioxidantes e as fibras prebióticas. “Estudos mostram que o ômega-3 pode reduzir o número de articulações dolorosas ou inchadas e, em alguns casos, diminuir a necessidade de medicamentos”, afirma. Sobre a vitamina D, ela acrescenta que a deficiência é comum nesses pacientes e está associada a maior atividade da doença.

As fibras prebióticas — encontradas em alimentos como aveia, banana verde, alho, cebola e leguminosas — também têm papel central, já que contribuem para a saúde da microbiota intestinal. “Um intestino saudável é crucial para modular a resposta autoimune, pois cerca de 70% do nosso sistema imune está no intestino”, reforça.

Alimentação como aliada do tratamento

Tatiana explica que os alimentos podem funcionar tanto como gatilho para crises quanto como aliados poderosos dos medicamentos prescritos pelo reumatologista. “O que você coloca no prato todos os dias pode ser o gatilho para uma crise ou o combustível para o seu tratamento funcionar melhor”, afirma.

Ela detalha que alimentos ricos em açúcares, gorduras trans e farinhas refinadas elevam marcadores inflamatórios como a Proteína C Reativa (PCR), tornando as articulações mais vulneráveis a surtos de dor e inchaço. Por outro lado, um padrão anti-inflamatório ajuda a prolongar períodos de remissão.

A nutricionista lembra ainda que a alimentação não substitui o tratamento farmacológico, mas pode potencializar seus efeitos. “A nutrição não substitui o remédio, mas pode atuar como um otimizador do tratamento farmacológico e um protetor contra seus efeitos colaterais”, afirma. Ela destaca a sinergia entre o ômega-3 e medicamentos como o metotrexato, além da importância do ácido fólico para evitar deficiências provocadas pelo uso contínuo do remédio.

Os erros alimentares mais comuns

De acordo com Tatiana Brito, muitos pacientes pioram a própria condição sem perceber, por hábitos alimentares que intensificam a inflamação. “Essa é uma das perguntas mais importantes que recebo, porque muitas vezes, na correria do dia a dia, acabamos cometendo deslizes alimentares que sabotam nosso tratamento”, comenta.

Entre os erros mais frequentes, estão excesso de açúcar e carboidratos refinados, abuso de ultraprocessados, desequilíbrio entre ômega-6 e ômega-3, negligencia a saúde intestinal e baixa ingestão de água.

Tatiana orienta que a mudança de hábitos deve ser gradual. “Comece focando em um erro por vez (por exemplo, reduzir o açúcar esta semana) e substituindo-o por um hábito anti-inflamatório”, recomenda.

Segundo ela, compreender o papel da alimentação no controle da artrite reumatoide é fundamental para que o paciente recupere qualidade de vida e diminua crises. “Mudar esses hábitos não é fácil, mas é a sua melhor defesa contra a dor”, conclui.

6 de dezembro de 2025 às 11:00

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